quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

...estar ou ser?



(c) Guida Machado

«…Por vezes, sem qualquer esforço, sou uma atmosfera ou identifico-me com um arvoredo, com a sua cor sombria, cor de veludo e silêncio, cor de estar ou ser, intemporal e densa. Eis onde vivo por momentos. Onde sou uma respiração de silêncio. Ou então uma encosta. (…)
Rumor de folhas e de mãos pequenas, insectos de delicada chama, diminutos fulgores silenciosos. Entre confusas claridades, na plena humidade, o fogo abre a flor do corpo. Sou tudo aquilo em que estou. Folhagem e água, ar, pedras, o sono verde da terra, tudo, o todo inteiro, aqui na coincidência feliz de ser, de mais ser, (…)» António Ramos Rosa

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sensações


(c) Guida Machado
“...um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo o que veio antes e depois”
W. Benjamim

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Anverso e Reverso



(c) Guida Machado

(...) Quando sonho com imagens, vejo palavras e frases. (Bernardo Soares).

Intimidade e Natureza
















(c) Guida Machado
Perda de intimidade...um interior expandido em multiplicações infinitas.

Intimidade










(c) Guida Machado
Nesta imagem, a intimidade diz respeito exclusivamente à abelha!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Intimidade e/ou Sensualidade

(c) Nicole Tran Ba Vang

“O reforço da pele!”
A pele assume a configuração do corpo, não como embalagem mas como forma sensitiva da sua visibilidade. Representa o limite, a zona de separação entre o interior e o exterior, a fronteira instituinte de um espaço sagrado, de uma zona " quase interdita".
François Dagognet, profere que a herança do corpo é a herança do "fantasma da interioridade (orgânica ou mesmo ontológica), como se todo o ser se dissimulasse /.../ por detrás de uma armadura, quando o que acontece é que ele vive na sua vibrante periferia (simultaneamente sólida e vulnerável, ou ainda, frágil e resistente) "

Inscrição intimista ou manifestação social?





















(c) desconhecido

Etienne Dumont (Suiço) jornalista e crítico da Tribune de Géneve. É possuidor de um corpo completamente tatuado com cores vivas, bem como de variados implantes de silicone e piercings.

A imagem sugere-nos a reflexão! A transformação corporal alvitra uma complexidade de ideais que se situam muito para além de conceitos e/ou de fruição no âmbito da estética. Certo é que a desfiguração e/ou a transfiguração do corpo acarreta um sentido de subordinação deste ao olhar do outro, configurando-o como “ um corpo exposto”, como um enunciado performativo de uma derradeira individuação. Ao expor-se, o sujeito, confronta o outro através da espectacularização do corpo.
Há, por outro lado, no acto de inscrição de uma tatuagem o peso de uma herança “quase tribal”, “sagrada”, que assume acima de tudo, uma função simbólica, mística, íntima ou não, cuja revelação ao olhar do outro é balizada pelos domínios inter-relacionais.

Intimidade violada!

Sexualidade e Natureza